18/06/2013 10:30 por Pr. Rodrigo
Acho importante a gente meditar sobre as consequências dessa
realidade. Isso tem frutos! Gera seres humanos diferentes do que
herdamos no passado. A família, como projeto original, é insubstituível
porque ela é o elemento básico da formação do ser humano. Nós não
conhecemos outra experiência tão eficaz. O Império Romano, por exemplo,
tentou formar indivíduos, não pela família, mas pelo exército. Eles
tiravam as crianças das suas casas por volta dos 7, 9 anos e criavam os
pretensos “guerreiros”. Sabemos o desvio que aquilo causou, um batalhão
de pessoas suicidas em potencial. Depois, com a influência da igreja,
definitivamente, venceu a batalha daquela obscuridade do primeiro
século. As famílias tinham que se tornar mais fortes para sobrevivência
dos bárbaros que os invadiam.
A pergunta é: Quais são as consequências dessa sociedade hoje? A
gente sente que estamos em um trabalho quase que de guerrilha. Quando
nós somos minoria em uma guerra de grande maioria, temos que ser
inteligentes nas estratégias que estaremos usando. Embora a grande
maioria da nossa sociedade ainda acredite na família, o capital trabalha
em prol da anarquia, do caos.
Eu como físico, acho que estamos caminhando um pouco para o caos no
sentido de uma desorganização de único sistema. Por que o caos não é uma
desorganização total, mas de um sistema global, formado por
microssistemas extremamente fortes e organizados que, quando você tenta
uni-los em um quadro maior, consegue uma desorganização geral chamada
caos. Por isso que a física, recentemente, criou a Teoria do Caos,
porque ela é previsível. Em cima dessa ciência é que se descobriram as
mais modernas técnicas de prevenção, por exemplo, de furacões, tufões.
Sem família, formamos uma geração sem identidade. Se uma criança não
teve um afeto, amor, identidade de gênero, ela se perde completamente na
sua própria identidade. Vamos ter pessoas sem autoestima. Se eu tenho
um pai que não ama, protege, faliu na sua essência, teremos pessoas sem
identidade e autoestima.
Hoje o que se vê são milhares de pessoas buscando prazer instantâneo
porque nada tem sentido, nada vale a pena. Isso é o quadro dos nossos
jovens adolescentes. É só ir às cidades mais carentes.
Eu vejo isso!
Como faço trabalhos sociais, visito muitos lugares, lá estão cheios
deles usando drogas, dispostos a roubar, matar porque não tem nada a
perder, completamente sem estima. E isso está se proliferando nas outras
classes sociais como A, B.
De um modo geral, o mundo ocidental, não está sabendo lidar com esses
problemas Ninguém está sabendo ser relacionar com essa juventude.
Estamos colhendo crianças abandonadas, adolescentes transgressores e
adultos criminosos. Os números nos assustam. Não tem cadeia para colocar
toda essa gente, estamos caminhando para o caos, para a falência, em
qualquer área. Muito bem, isso tem um preço. O sistema vai ficar
modernizado? Não! Eu não sou pessimista, muito pelo contrário, sou até
muito otimista, sabe por quê? Deus sempre agiu no caos.
Em Gênesis 1, a primeira frase é “em princípio Deus criou a terra,
que era vazia, sem forma”. Logo em seguida, vemos que o Espírito Santo
de Deus pairava sobre a face das águas. Houve reconstrução. O que quero
dizer com isto? Que Deus sempre trabalhou no caos. É no caos que a
grande maioria das pessoas pensam em Deus, buscam a Ele. Estamos nesse
grande Titanic e que Deus nos ajude a reconstruir esse mundo.
A igreja cristã só prevaleceu por conta do caos do Império Romano que
faliu toda sua essência. A falência daquele povo foi completa, mas Deus
levantou o povo, uma igreja. A Bíblia diz que o monte da Casa do Senhor
é maior do que todos. Temos um trabalho intenso porque o único lugar
seguro nessa terra, tenha certeza, será a igreja do Senhor. Será o
sistema montado por quem tem visão, sobriedade, discernimento, bom
senso. A democracia serve para isso: alguns se matam, se destroem, mas
serve também para montarmos igrejas, comunidades terapêuticas sérias e
isso passa pela vida dos lideres cristãos desse país.
Não podemos fazer um discurso bonito e ter uma vida torta. Temos que
ter coerência no que falamos e vivemos. Ser exemplo para essa geração.
Se tem caos, os jovens precisam olhar para um lugar seguro. Esse é o
desafio que pulsa nas nossas responsabilidades. Que Deus nos ajude a
construir essa opção de ser exemplo para uma geração.